O síndrome do olho seco, ou queratoconjuntivite sicca, é uma anomalia na qualidade ou na quantidade de lágrima que lubrifica a superfície exterior do olho e a superfície interior das pálpebras o que resulta numa hidratação desadequada destas superfícies.
Constituição e Funções da Lágrima:
A lágrima não é produzida num único local. Nas glândulas lacrimais principais, que se localizam na órbita e nas pálpebras, produzem-se as lágrimas reflexas, que respondem a um estímulo (irritação, emoção). No entanto, estas glândulas não contribuem para a hidratação do globo ocular, o que leva a que, paradoxalmente, as pessoas que sofram de olho seco se possam queixar de chorar muito, por resultar num estímulo de desconforto que aumenta a produção de lágrima.
As glândulas lacrimais acessórias ou basais servem para hidratar e nutrir a córnea, facilitando a visão nítida, remover corpos estranhos e microrganismos.
A produção de lágrimas é constante de modo a que a superfície ocular esteja hidratada. Esta produção poderá ser aumentada, como se disse, consequência de respostas a estímulos externos como trauma, emoções, alergias e poluição atmosférica.
O pestanejo espalha uniformemente a lágrima pela superfície ocular numa fina película, o filme lacrimal, o qual ao fim de alguns segundos se rompe, sendo refeito com um novo pestanejo.
Pestanejamos em média 15 vezes por minuto.
O pestanejo leva a que as lágrimas façam a cobertura da superfície da córnea, hidratando-a, protegendo-a e nutrindo o olho. Além disso possibilita uma visão nítida e sem distorções, já que é o primeiro meio transparente que a luz, proveniente dos objetos, atravessa ao entrar no olho. Se o filme lacrimal não for uniforme a imagem aparecerá sempre desfocada.
Para que o filme lacrimal esteja numa situação estável, tem que existir um equilíbrio entre a quantidade de lágrima produzida e a quantidade de lágrima que é excretada, quer seja por evaporação ou por drenajem. Quando este equilíbrio é alterado, surge uma ruptura do filme lacrimal, produzindo áreas secas sobre a córnea e conjuntiva.
As funções da lágrima são variadas, desde a hidratação e lubrificação da superfície ocular, o metabolismo (transporte de nutrientes, oxigénio e dióxido de carbono), defesa contra os agentes externos e refração (formação das imagens no olho).
O filme lacrimal é uma estrutura importante para assegurar a integridade da superfície da córnea e conjuntiva, sendo composto por 3 camadas: lipídica (exterior), aquosa (intermédia) e mucosa (interior e que entra em contacto com a superfície ocular).
A camada lipídica é secretada pelas glândulas de Meibomius, localizadas na pálpebra Tem como função retardar a evaporação da camada aquosa (intermédia), estabilizando deste modo o filme lacrimal.
A camada aquosa ocupa a quase totalidade da espessura do filme lacrimal (98% da espessura). Transporta oxigénio para a superfície da córnea, contém lisosima e beta-lisina (função bactericida) e imunoglobulinas (principalmente IG A, que impede a aderência das bactérias à superfície corneana). Esta camada tem também um papel importante na manutenção da nitidez das imagens.
A camada mucosa é uma camada que adere à superfície do epitélio corneano (camada de células experiores da cornea), fazendo com que as lágrimas de distribuam de forma homogénea na superfície corneana entre os pestanejos.
O Olho Seco
O síndrome do olho é certamente uma das causas mais importantes de desconforto ocular. Estima-se que numa população acima de 65 anos de idade, entre 15-40 % da população esteja afectada por esta patologia.
As causas do olho seco são várias, podendo ser provocado por doenças sistémicas, mas a grande maioria não apresenta origem nessas patologias.
Entre as situações quotidianas mais capazes de desencadear olho seco salientam-se :
- Actividades que exijam uma maior concentração, como ler, usar computadores, conduzir, ver televisão, ou seja, sempre que é requerida uma maior atenção, a qual se reflecte numa diminuição do ritmo de pestanejo.
- Ver televisão acima da posição dos olhos, provoca uma maior abertura palpebral, levando a uma maior evaporação das lágrimas.
- Condições ambientais, como o vento, o calor e o ar condicionado, as quais levam a uma maior evaporação das lágrimas.
- Compensação ótica desajustada (falta de óculos ou óculos com graduação incorreta).
- Mulheres pós-menopausa por alterações hormonais.
- A idade (com o avançar da idade a produção de lágrimas diminui. Por exemplo, aos 65 anos de idade, produz-se menos 60% de lágrimas do que aos 18 anos de idade).
- Causas sistémicas : artrite reumatóide, lúpus eritematoso disseminado, esclerodermia, poliartrite nodosa, sarcoidose, parkinson, diabetes mellitus, doença tiroideia).
- Fármacos que diminuem a produção lágrimas (antihistaminicos, tranquilizantes, descongestionantes, antidepressivos, anticonceptivos orais, anestésicos, beta-bloqueantes).
- Pós operatório de cirurgia ocular.
- Lentes de contacto (podem levar a uma maior secura ocular ou ao agravamento duma situação pré-existente).
- Permanência em altitudes elevadas.
- Fumo de cigarro e poluição do ar em geral.
Os sintomas associados ao olho seco são, sobretudo, sintomas de desconforto ocular, nomeadamente:
- ardor
- irritação
- lacrimejo excessivo (sintoma que confunde!)
- fotofobia (sensibilidade aumentada à luz)
- visão desfocada
- olhos vermelhos
- desconforto após ler, ver televisão ou trabalhar com computador
- existência de secreção mucosa nos olhos
O olho seco é diagnosticado perante as queixas do paciente, e por intermédio de testes de medição da quantidade de lágrima produzida e do tempo de rutura do filme lacrimal. O tratamento é paliativo, ou seja verificam-se as patologias sistémicas e corrige-se os fatores apontados como predisponentes. Quando não for suficiente o tratamento paliativo usam-se lágrimas artificiais, preferencialmente sem conservantes, sob a forma de colírios (gotas) ou gel, em casos mais graves podem-se ocluir os pontos lacrimais.
- No trabalho com computador, olho de 20 em 20 minutos para um objeto ao longe, de preferência no exterior, e pisque os olhos várias vezes, não só estará a relaxar a visão como também lubrifica os olhos.
- Pisque mais. Quando ao computador, piscamos cerca de 9 vezes por minuto e normalmente piscamos 16 vezes – daí o olho ficar mal lubrificado.
- Evite utilizar o telemóvel ou o computador antes de dormir. A luz dos aparelhos indica ao cérebro que ainda é de dia, o que provoca diminuição na produção de substâncias que induzem o sono – e uma noite mal dormida resseca os olhos.
- Reduza o brilho do ecrã do computador.
- Durma oito ou mais horas por noite. Um sono calmo e relaxante descansa todo o corpo, incluindo os olhos.
- Se estiver num ambiente com ar condicionado, o ideal é ter um vaporizador. Se não tiver, pode colocar um copo de água perto para umedecer o ambiente.
- Aumente o consumo de ómega 3. Aumenta a produção da parte gordurosa da lágrima, diminuindo assim a evaporação da parte líquida.
- Se sofre do síndrome de olho seco, tenha sempre à mão um colírio ou substituto da lágrima (disponíveis na nossa loja). Eles aliviam os sintomas associados ao olho seco.
A existência prolongada do olho seco pode levar a outras consequências mais graves como infeções do globo ocular (conjuntivites e queratites), das glândulas lacrimais ou das pálpebras (chalásio e troçolho), ou ainda problemas de crescimento da conjuntiva (acumulações conjuntivais nasais e pterígio).
Se tem dúvidas sobre a sua situação ocular, não hesite em contactar a NOVOLHAR Óptica Médica, onde poderemos avaliara a sua situação e, caso necessário, prescrever-lhe a utilização de lágrima artificial.
Fonte: várias, internet.
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