Cerca de 100 mil pessoas em Portugal têm glaucoma, uma das principais causas de cegueira no país, sendo essencial o diagnóstico precoce para prevenir a perda definitiva de visão, alertou a Sociedade Portuguesa de Oftalmologia (SPO).
"Alertar para o diagnóstico precoce do glaucoma é fundamental porque é uma doença com tratamento, mas que, não sendo tratada, leva à cegueira, em muitos casos", realçou a presidente da SPO, Manuela Carmona.
A responsável falava à Agência Lusa a propósito do Dia Mundial do Glaucoma, que se assinala sábado dia 12, no âmbito do qual a SPO promove um encontro em Évora, para debater os avanços científicos a nível do diagnóstico e do tratamento desta patologia.
Segundo a SPO, o glaucoma é "uma doença multifactorial e de avaliação complexa que afecta o nervo óptico e que parece correlacionar-se directamente com o aumento da pressão intraocular, com a irrigação desta estrutura e com outros factores menos bem conhecidos".
"Estas alterações provocam uma típica perda do campo visual, alterações macroscópicas do nervo ótico e, em etapas terminais, perda irreversível da acuidade visual", explica a Sociedade Portuguesa de Oftalmologia.
As estimativas indicam que, em Portugal, "entre 67 a 100 mil pessoas" têm glaucoma, revelou Manuela Carmona, acrescentando que se estima que, no país, "haja uns seis mil casos de cegueira" provocada pela doença.
"Faz todo o sentido alertar para o diagnóstico precoce porque é uma doença, na maior parte dos casos e até em fases muito avançadas, assintomática e, se não for detetada pelos oftalmologista, o diagnóstico escapa-nos", frisou.
Manuela Carmona argumentou, contudo, que as pessoas não devem confundir a hipertensão ocular, que pode ser detetada num mero despiste, com o glaucoma.
"De facto, a hipertensão ocular tem importância no glaucoma e deve ser tratada, quando tem algum significado. Mas pode haver hipertensão sem qualquer significado e podem haver glaucomas com tensão ocular normal", disse.
A presidente da SPO sublinhou que existem vários fatores de risco para o desenvolvimento da doença, que afecta "sobretudo idosos, indivíduos de raça negra ou pessoas com familiares que sofrem da patologia", tornando-se "mais grave", por exemplo, em "doentes com miopia".
Por isso, insistiu, a recomendação é que acima dos 40 anos e, sobretudo, os grupos de risco façam "uma observação no oftalmologista de dois em dois anos", o que "é suficiente para detectar e tratar" a doença.
O tratamento do glaucoma inclui, na maioria das situações, o uso de colírios, sendo ainda possível a laserterapia e, nos casos mais graves, a cirurgia.
Fonte: LUSA
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É importante a realização deste teste em todas as revisões optométricas, e em pessoas que apesar de não usarem nem necessitarem de óculos e não pertencerem aos grupos de risco referidos, tenham sintomas de dor ocular ou outro tipo de sintomas oculares sem motivo aparente.
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