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terça-feira, 25 de maio de 2010

Portugueses não reconhecem perigos do sol para os olhos

Estudo internacional “Healthy Sight Survey”, da Transitions Optical conclui que apenas 15 por cento dos portugueses reconhece os perigos dos raios UV para a saúde visual.

A Transitions Optical, especialista em lentes fotocromáticas, acaba de divulgar as conclusões do seu mais recente estudo sobre saúde visual, realizado pela Ipsos Health a cerca de 8000 pessoas em oito países (França, Holanda, Espanha, Portugal, África do Sul, Alemanha, Inglaterra e Itália). Este estudo conclui que apenas 15% dos portugueses reconhece os perigos dos raios UV para a saúde visual.

Quando questionados sobre os efeitos dos raios UV na saúde, 67% dos portugueses responderam que aumentam o risco do cancro de pele, 17% responderam que podem levar a um envelhecimento precoce da pele e apenas 15% responderam que podem provocar lesões oculares.


Estes são dados preocupantes uma vez que as pesquisas revelam que os danos resultantes de uma exposição prolongada aos raios UVA e UVB (os danos da exposição UV são cumulativos, aumentando cada vez que os olhos são expostos ao sol) podem contribuir para problemas visuais a curto prazo e lesões ou doenças oculares graves relacionadas com a idade, incluindo cataratas. A radiação UV pode igualmente contribuir para a degenerescência macular, a principal causa de cegueira em pessoas com mais de 60 anos, causar a queimadura solar da superfície dos olhos, uma situação denominada fotoqueratite e provocar formações amareladas da superfície ocular conhecidas por pingéculas e pterígio. A nível mundial cerca de 16 milhões de pessoas estão actualmente cegas devidos às cataratas, a Organização Mundial de Saúde estima que 20% destes casos se devem à exposição aos raios UV.

Quando questionados sobre o que fazem para proteger a visão dos raios UV 67% dos portugueses responderam que usam óculos de sol com protecção UV, 18% responderam que usam óculos com lentes fotocromáticas (lentes claras em ambientes interiores que escurecem automaticamente no exterior de acordo com a intensidade da luz e que por isso reduzem a fadiga ocular para além de bloquearem 100% dos raios UV) e 13% dizem que não fazem nada em particular. Segundo os especialistas de facto é muito importante utilizar óculos com lentes com protecção UV para proteger a visão.

As lentes sem protecção UV fazem com que a pupila dilate chegando assim mais radiação ao olho e aumentando a probabilidade de lesões. Também aqui se pode concluir que os portugueses não estão ainda conscientes dos perigos dos raios UV pois apenas 8% utilizam óculos com lentes claras com protecção UV apesar de 70% responderem que usam lentes de contacto ou óculos com graduação.

O estudo da Transitions Optical questionou depois os portugueses em que ocasião fizeram o seu primeiro check up à visão, aqui 50% responderam que fizeram o primeiro teste à visão porque tinham problemas em ver, 22% responderam que fizeram os testes para um controlo regular da saúde visual e 5% reponderam que nunca fizeram um check up à visão.

Por outro lado quando questionados sobre a idade que tinham quando fizeram o primeiro teste à visão, 45% dos portugueses responderam que tinham 20 ou mais anos, 17% que tinham mais de 40 anos e 19% responderam que tinham menos de 10 anos. Contudo quando questionados sobre quando é recomendável fazer o primeiro teste à visão 89% dos portugueses responderam antes da escola (antes dos seis anos) o que demonstra aqui uma contradição. Apesar de terem noção da importância dos testes regulares à visão os portugueses mostram alguma relutância em faze-los.

Estes resultados são inquietantes pois muitos problemas de visão ou dos olhos não tem sinais óbvios ou sintomas e por isso é provável que existam mesmo sem serem diagnosticados. A Organização Mundial de Saúde estima que 15% das crianças a nível mundial tem problemas de visão não diagnosticados ou não corrigidos dai a grande importância da realização de exames visuais regulares.

A falta de conhecimento dos portugueses em relação aos raios UV torna-se ainda mais preocupante porque quando questionados acerca do número de horas durante a semana que passam ao ar livre durante as diversas actividades (jogging, compras, levar as crianças à escola, ciclismo, ir para o trabalho etc...) 57% dos portugueses responderam que passam mais de 15 horas ao ar livre por semana. O que faz dos portugueses os que passam mais tempo ao ar livre entre os 8 países onde foi feito o estudo.

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