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quarta-feira, 14 de setembro de 2011

Usar óculos de sol que não protegem contra radiação ultravioleta é pior do que não usar nenhum

Nos meses de maior exposição solar, já não há quem não saiba que quando vai à praia deve usar protector solar porque existe risco de desenvolver cancro da pele. Menos conhecido é o risco da falsa protecção trazida por óculos que não filtram a radiação ultravioleta (UV) e que são piores do que não usar óculos, defendem especialistas. Um dos riscos são as cataratas.
Em Espanha estima-se que cerca de 30 por cento dos óculos de sol vendidos não são homologados, ou seja, não seguem as regras da União Europeia e não oferecem garantias de protegerem mesmo contra as radiações ultravioleta que são as que podem fazer mais malefícios à vista. Em Portugal, não há números mas a presidente da Sociedade Portuguesa de Oftalmologia, Manuela Carmona, calcula que os valores possam ser da mesma grandeza.

O presidente da Associação Nacional dos Ópticos, Rui Correia, apenas refere que só no primeiro semestre de 2011 a Autoridade de Segurança Alimentar e Económica (ASAE) apreendeu 4.385 óculos de sol contrafeitos, o que representará apenas dez por cento dos que são colocados à venda, estima. Mas a falsificação de marcas não é o único problema – o certo é que estes e outros óculos não estão certificados e, por isso, não garantem a filtragem de radiação UV.

Rui Correia até diz que o facto de os óculos se terem transformado também “num acessório de moda, contribui, em muito, para a preservação da saúde visual da população”. Mas “as grandes cadeias de pronto-a-vestir, as lojas de acessórios, as lojas chinesas, já para não falar no mercado paralelo, como vendas ambulantes, comercializam óculos de qualidade óptica duvidosa – provenientes de países asiáticos, em que as exigências legais de fabrico, não são certamente as da UE”, nota.

Os óculos que oferecem protecção contra a radiação UV devem ter uma etiqueta onde se lê CE, uma vez que a existência de filtragem não é detectável a olho nu, “mas até estas etiquetas podem ser falsificadas”, admite Manuela Carmona.

O problema é que “é mais perigoso usar estes óculos [que não filtram] do que não usar nenhuns”, alerta Manuela Carmona, e passa a explicar: Com o uso de lentes escuras que bloqueiam a luz visível, “os olhos interpretam o bloqueio de luz baixando as defesas, uma dessas formas de defesa é a contracção da pupila, que fica mais pequena e assim diminui a entrada de luz; quando usamos esses óculos sem filtro UV o nosso olho é enganado e em vez de contrair, dilata”. Mas o preço dos óculos não é o critério a ter em conta, “pode haver óculos baratos com filtros”, nota a médica.

Atenção à cor das lentes

O facto de a lente ser escura também não é um bom indicador de escolha, nota Fernando Bivar, oftalmologista da Sociedade Portuguesa de Oftalmologia. “Quem usa óculos de lentes escuras mas sem filtros para radiação UV está tão exposto aos efeitos nocivos da luz solar como quem não os usa”.

Estes perigos são agravados pelas maiores exposições, decorrentes das alterações climáticas, por isso a Protecção Civil até passou a divulgar alertas sobre níveis de radiação UV e seus graus de risco nos vários locais, nota Victor Ágoas, especialista no Instituto de Oftalmologia Dr. Gama Pinto. O Instituto de Meteorologia divulga diariamente mapas de previsão do índice ultravioleta.

“A exposição prolongada à radiação durante muitos anos pode, a longo prazo, ser um dos factores que acelera o aparecimento mais precoce das cataratas, a par com questões genéticas e a idade, refere Manuela Carmona. A especialista afirma também que “a acção continuada do sol sobre o olho ao longo dos anos está na origem da degenerescência macular da idade que é, segundo a Organização Mundial de Saúde, a principal causa de cegueira a partir dos 50 anos de idade, nos países desenvolvidos. Outras complicações incluem inflamações da córnea, chamados de queratites, acrescenta.

Como precaução, os especialistas aconselham a compra de marcas reconhecidas e em locais de venda reconhecidos que façam acompanhar os óculos de uma certificação de qualidade.

Óculos de ler à venda em lojas devem ser usados com cautela

Vendem-se em aeroportos, farmácias, livrarias – são óculos de ver ao perto graduados. A presidente da Sociedade Portuguesa de Oftalmologia diz que podem ser úteis em situações pontuais em que as pessoas, a partir dos 40 anos, tendem a desenvolver dificuldades na leitura, chamadas de presbiopia (o que vulgarmente se chama vista cansada). “Em algumas situações pode resultar, mas não se destina à correcção ocular”. O problema é quando as pessoas acham que é apenas vista cansada, mas esse sintoma esconde doenças oftalmológicas que só com a compra destes óculos podem ficar por diagnosticar.

Tudo depende de cada pessoa, mas a partir dos 40 anos, a médica aconselha a ida a um oftalmologista de dois em dois anos.

Fonte: www.publico.pt

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